Para que uma planta
possa ser considerada carnívora, é preciso que ela tenha a
capacidade de:
(1) atrair,
(2) prender, e
(3) digerir formas de
vida animais
O QUE ELAS "COMEM" ?
Com frequência
encontra-se na literatura o nome "insetívora" para estas plantas,
mas tal termo não é correto. Insetos podem ser o principal elemento de seu
cardápio, mas a dieta pode ser bem variada, incluindo desde organismos
aquáticos microscópicos, moluscos (lesmas e caramujos), artrópodes em geral
(insetos, aranhas e centopeias), e ocasionalmente pequenos vertebrados, como
sapos, gecos, pássaros e roedores.
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COMO CAPTURAM SUAS PRESAS?
Inicialmente, elas
precisam de algum mecanismo para atrair as presas às suas armadilhas. Muitas
carnívoras atraem-nas da mesma forma que as flores atraem seus polinizadores:
com vívidas cores e odor de néctar. Outras aproveitam-se de padrões de luz
ultravioleta de suas armadilhas para atrair insetos voadores. Mais ainda, a luz
refletida pelas numerosas gotículas de mucilagem (presentes nas armadilhas de Byblis, Drosera, etc.) ou pelo revestimento externo
das folhas de certas bromélias também atrai insetos voadores. Em Genlisea e Utricularia, cujas armadilhas aprisionam
principalmente microrganismos, acredita-se (não provado entretanto) que algum
tipo de substância química é liberada no solo ou água para atrair as presas.
Há vários tipos de
armadilhas utilizadas pelas plantas carnívoras para capturar suas presas:
(1) armadilhas tipo "jaula",
(2) armadilhas de sucção,
(3) folhas colantes, e
(4) ascídios.
COMO REALIZAM A DIGESTÃO?
Tendo sido capturada a presa, dá-se início ao
processo de digestão.
A digestão das presas é realizada por enzimas
proteolíticas (enzimas que digerem proteínas), elas quebram as substâncias em
moléculas menores, estas últimas podem ser absorvidas pelas folhas. É um
processo similar ao que acontece, por exemplo, no estômago humano, aonde,
depois da quebra das moléculas, ocorre absorção pelas paredes do intestino.
Essas enzimas são muito fracas, não causam dano
algum à pele humana ou qualquer animal de médio à grande porte.
Apenas algumas espécies não produzem suas
próprias enzimas. Elas dependem de bactérias para a digestão de suas presas, um
processo bem mais lento.
De forma alguma pode-se dizer as plantas
carnívoras são plantas "meio vegetal, meio animal". Como qualquer
planta, elas realizam fotossíntese. As presas são nada mais que um complemento
alimentar, uma fonte de nutrientes para compensar o que as raízes não obtêm do
solo. Esta adaptação chegou a tal ponto que essas plantas nem sequer toleram
solos ricos em nutrientes.
QUANTAS EXISTEM ?
Atualmente, são conhecidas mais de 500
espécies de plantas carnívoras, espalhadas pelo mundo todo (exceto a
Antártida). Podem ser encontradas em regiões desde as quentes e úmidas
florestas tropicais, até as tundras gélidas da Sibéria, ou os desertos
esturricantes da Austrália.
No Brasil, existem mais de 80
espécies diferentes (exceto pela Austrália, o Brasil é o país que mais tem
espécies carnívoras no mundo).
Elas crescem principalmente nas serras e chapadas, e podem ser encontradas em quase todos os estados, sendo mais abundantes em Goiás, Minas Gerais e Bahia. |
COMO É SEU HABITAT?
As plantas carnívoras crescem em solos pobres
em nutrientes. A maioria, em solos encharcados (como brejos), de pH baixo
(ácido), às vezes pedregosos.
A falta de nutrientes, especialmente o
nitrogênio, é um fator crítico que limita o crescimento das plantas de maneira
geral. Este problema foi resolvido pelas primeiras plantas carnívoras que
surgiram na Terra, ao desenvolverem métodos para aprisionar e digerir animais e
assim utilizarem-se de suas proteínas (ricas em nitrogênio) como fonte de
nutrientes. Como sugerem fósseis de pólen, isso foi há cerca de 65 milhões de
anos - na época dos dinossauros !
Fonte:
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http://www.ladin.usp.br/carnivoras/Portugues/first.html
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