terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Plantas Carnívoras

 


As plantas carnívoras sempre despertaram o interesse do público em geral, acendendo a imaginação das pessoas, devido à sua natureza exótica quando comparada com os demais membros do reino vegetal.
Para que uma planta possa ser considerada carnívora, é preciso que ela tenha a
capacidade de:
(1) atrair,
(2) prender, e
(3) digerir formas de vida animais
 
O QUE ELAS "COMEM" ?
Com frequência encontra-se na literatura o nome "insetívora" para estas plantas, mas tal termo não é correto. Insetos podem ser o principal elemento de seu cardápio, mas a dieta pode ser bem variada, incluindo desde organismos aquáticos microscópicos, moluscos (lesmas e caramujos), artrópodes em geral (insetos, aranhas e centopeias), e ocasionalmente pequenos vertebrados, como sapos, gecos, pássaros e roedores.
COMO CAPTURAM SUAS PRESAS?
Inicialmente, elas precisam de algum mecanismo para atrair as presas às suas armadilhas. Muitas carnívoras atraem-nas da mesma forma que as flores atraem seus polinizadores: com vívidas cores e odor de néctar. Outras aproveitam-se de padrões de luz ultravioleta de suas armadilhas para atrair insetos voadores. Mais ainda, a luz refletida pelas numerosas gotículas de mucilagem (presentes nas armadilhas de Byblis, Drosera, etc.) ou pelo revestimento externo das folhas de certas bromélias também atrai insetos voadores. Em Genlisea e Utricularia, cujas armadilhas aprisionam principalmente microrganismos, acredita-se (não provado entretanto) que algum tipo de substância química é liberada no solo ou água para atrair as presas.
Há vários tipos de armadilhas utilizadas pelas plantas carnívoras para capturar suas presas:
(1) armadilhas tipo "jaula",
(2) armadilhas de sucção,
(3) folhas colantes, e
(4) ascídios.
 
COMO REALIZAM A DIGESTÃO?
Tendo sido capturada a presa, dá-se início ao processo de digestão.
A digestão das presas é realizada por enzimas proteolíticas (enzimas que digerem proteínas), elas quebram as substâncias em moléculas menores, estas últimas podem ser absorvidas pelas folhas. É um processo similar ao que acontece, por exemplo, no estômago humano, aonde, depois da quebra das moléculas, ocorre absorção pelas paredes do intestino.
Essas enzimas são muito fracas, não causam dano algum à pele humana ou qualquer animal de médio à grande porte.
Apenas algumas espécies não produzem suas próprias enzimas. Elas dependem de bactérias para a digestão de suas presas, um processo bem mais lento.
De forma alguma pode-se dizer as plantas carnívoras são plantas "meio vegetal, meio animal". Como qualquer planta, elas realizam fotossíntese. As presas são nada mais que um complemento alimentar, uma fonte de nutrientes para compensar o que as raízes não obtêm do solo. Esta adaptação chegou a tal ponto que essas plantas nem sequer toleram solos ricos em nutrientes.
QUANTAS EXISTEM ?
Atualmente, são conhecidas mais de 500 espécies de plantas carnívoras, espalhadas pelo mundo todo (exceto a Antártida). Podem ser encontradas em regiões desde as quentes e úmidas florestas tropicais, até as tundras gélidas da Sibéria, ou os desertos esturricantes da Austrália. 
No Brasil, existem mais de 80 espécies diferentes (exceto pela Austrália, o Brasil é o país que mais tem espécies carnívoras no mundo).
Elas crescem principalmente nas serras e chapadas, e podem ser encontradas em quase todos os estados, sendo mais abundantes em Goiás, Minas Gerais e Bahia.
COMO É SEU HABITAT?
As plantas carnívoras crescem em solos pobres em nutrientes. A maioria, em solos encharcados (como brejos), de pH baixo (ácido), às vezes pedregosos.
A falta de nutrientes, especialmente o nitrogênio, é um fator crítico que limita o crescimento das plantas de maneira geral. Este problema foi resolvido pelas primeiras plantas carnívoras que surgiram na Terra, ao desenvolverem métodos para aprisionar e digerir animais e assim utilizarem-se de suas proteínas (ricas em nitrogênio) como fonte de nutrientes. Como sugerem fósseis de pólen, isso foi há cerca de 65 milhões de anos - na época dos dinossauros !

Fonte: 
http://www.ladin.usp.br/carnivoras/Portugues/first.html

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